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Mérito Cultural Palácio Capanema será entregue reformado ao público nesta terça-feira Reforma iniciada em 2019 teve várias interrupções 1b40a

Publicado 20/05/2025
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O público vai receber de volta, nesta terça-feira (20), o Palácio Gustavo Capanema reformado. O dia será também de recuperação da Ordem do Mérito Cultural, que desde 2018 não era concedida.  2e5b6d

Na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, vão entregar a condecoração a 111 personalidades brasileiras e 14 instituições, que contribuem para o desenvolvimento da cultura e a diversidade cultural do país. 

Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o retorno da Ordem do Mérito Cultural é um marco importante: 

“É o reconhecimento da cultura enquanto alicerce para a democracia e para a construção de um país mais inclusivo e diverso”, diz em texto do MinC.

Palácio Gustavo Capanema será reaberto ao público nesta terça-feira, 20 de maio - Tomaz Silva/Agência Brasil

Recuperação
Construído entre 1937 e 1945 para ser a sede do então Ministério da Educação e Saúde Pública, o prédio de 16 pavimentos, é um marco da arquitetura moderna mundial e do patrimônio cultural brasileiro. 

O projeto foi liderado por Lúcio Costa com participação de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e consultoria do arquiteto, urbanista, escultor e pintor de origem suíça e naturalizado francês em 1930, Le Corbusier.

As obras de conservação e modernização, que começaram em fevereiro de 2019, tiveram foco no restauro da estrutura e na preservação do valor histórico do prédio, instalado em uma área de 27.536 metros quadrados (m²) no centro do Rio de Janeiro. 

Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), o governo federal investiu R$ 84,3 milhões, ocupando cerca de 100 trabalhadores nos períodos de maior atividade.

A reforma conduzida pelo Iphan, além da modernização interna, incluiu a recuperação de pisos, móveis, luminárias, persianas e se estendeu aos jardins. Também foram refeitas as instalações elétricas, sanitárias, hidráulicas, de combate a incêndios e do sistema de vigilância.

Em uma outra reforma, antes da década de 1980, durante uma visita ao Capanema, Lúcio Costa constatou que o azul usado naquela obra não era da tonalidade original que havia idealizado. A solução foi pedir novas tintas e preparar, pessoalmente, a mistura, combinando diferentes pigmentos até chegar àquela tonalidade desejada. 

“O azul das torres da Igreja Santa Luzia [que fica próxima ao prédio] se pode enxergar em todos os pavimentos, naquilo que hoje gostamos de chamar, azul Lúcio Costa. É o azul que ele perseguiu para trazer das torres da igreja barroca para o interior deste prédio”, revelou o diretor do departamento de patrimônio material do Iphan, o arquiteto Andrei Rosenthal Schlee.

 de Portinari no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil

O do artista plástico Cândido Portinari, formado por azulejos brancos, na entrada do prédio, com figuras marinhas em azul, tiveram inspiração em outros vistos anteriormente na Bahia e em Pernambuco. 

Os jardins tanto do térreo, como o privativo, no andar do gabinete do ministro foram projetados pelo artista plástico e paisagista Roberto Burle Marx.

Para o diretor, o Palácio Capanema é um prédio fundamental para a arquitetura brasileira. 

“Ele não é um prédio qualquer. É um prédio brasileiro e para conseguir ganhar o que eles chamam de caráter nacional, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e tantos arquitetos que aqui trabalharam vão buscar referências importantes na tradição brasileira”, revelou.

Palácio Gustavo Capanema com móveis projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer - Tomaz Silva/Agência Brasil

Aberto ao público

Com a abertura do espaço, a população terá à sua disposição áreas de visitação com as atividades istrativas do Ministério da Cultura (MinC) e suas instituições vinculadas, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) instalado no oitavo andar. 

Quatro andares acima está a Biblioteca Nacional, com a Biblioteca Euclides da Cunha, e que terá cerca de 100 itens entre livros e jornais e um acervo de partituras musicais de, entre outros artistas, Donga, Pixinguinha e Tom Jobim. Lá, também vai funcionar o Escritório de Direitos Autorais (EDA).

“Cumpre papel importantíssimo no registro intelectual das obras produzidas no país e representa um espelho para que a gente conheça o que está sendo pensado e produzido no país”, comentou o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Marco Lucchesi.

O público vai poder se divertir também em instalações da Casa de Rui Barbosa e na Funarte, a única ligada ao MinC com sede no local. No próximo semestre está prevista a inauguração de um café e um restaurante no terraço do prédio.

“Uma mudança importante do antigo para o novo Capanema é a ampliação das áreas de uso público tanto no café nessa área de convivência quanto nos outros andares, que dizem respeito a uma ocupação mais cultural. A própria Biblioteca vai ficar aberta. A ideia é que o andar ministerial tenha também um programa de visitação escolar. Essa é uma mudança importante, basicamente, 60% do prédio com ocupação cultural e os outros 40% com ocupação istrativa das autarquias vinculadas do próprio ministério estarão todas aqui”, disse o presidente do Iphan, Leandro Grass.

Obra do Candido Portinari em sala do Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro. - Tomaz Silva/Agência Brasil

Reforma
A obra de restauro do Capanema foi conduzida pela Concrejato. O superintendente comercial da empresa, Ubirajara Mello, contou que durante o desenvolvimento do projeto com trabalhos iniciados em 2019, houve uma série de percalços desde a mudança, por três vezes, do governo federal até a pandemia da covid-19, o que obrigou a uma paralisação temporária das obras. 

“A gente ou por três diferentes governos federais, teve a pandemia, o fluxo financeiro acabou determinando que o prazo se esticasse mais, além desse desafio basicamente de aprovar o sistema de ar-condicionado que muda um pouco a arquitetura interna e pela característica do prédio a gente não podia mexer em quase nada”, explicou.

“O projeto básico de restauração aqui é muito de conservação. É um ícone da arquitetura moderna e literalmente todo tombado, até os móveis desenhados por Lúcio Costa. A gente restaurou todo o mobiliário. O maior desafio mesmo foi adequar esse prédio para os dias de hoje. Em termos de instalação foi toda trocada e colocado um ar-condicionado que não tinha”, apontou.

Salões do Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio de Janeiro. - Tomaz Silva/Agência Brasil

Rumo
Os atrasos, no entanto, segundo Mello, acabaram beneficiando a solução para o ar-condicionado mais adequado ao prédio tombado.

“Teve essa vantagem. Com a demora do prazo, a tecnologia permitiu que o forro de gesso fosse menor. Era um grande desafio porque a gente não tinha rebaixamento. Isso possibilitou botar o ar-condicionado no teto. Foi um ganho para o prédio. Acho que foi uma solução bastante consensual e interessante”, informou.

A superintendente de obras da Concrejato, Janaína Genaro, ficou na gestão da obra comandando as equipes de execução e desenvolvimento do projeto de restauração. A arquiteta comemorou ter a oportunidade de trabalhar nas obras do Capanema, um símbolo da arquitetura mundial. 

“Poder ter participado desse desafio em um prédio tão importante para a história da arquitetura é uma satisfação e um prazer estar envolvida nesse projeto. Uma experiência única e a gente aprende. Em cada desafio a gente vai aprendendo e entendendo como os arquitetos que idealizaram o projeto o pensaram. A gente começa a entender nos detalhes da arquitetura teoricamente simples, mas rica em detalhes. Como funciona isso é enriquecedor”, afirmou.

Jardins projetados por Roberto Burle Marx no Palácio Gustavo Capanema - Tomaz Silva/Agência Brasil

Manifestações
Em momentos difíceis para a área cultural do país, o edifício foi lugar de resistência de movimentos em defesa da cultura. Em 2016, uma ação organizada por artistas, profissionais da cultura e sociedade civil chamada de Ocupa MinC foi contra a extinção do Ministério da Cultura pelo governo Michel Temer (MDB). 

Durante a manifestação, os cantores e compositores Caetano Veloso, Arnaldo Antunes e Otto fizeram shows gratuitos no local. Em 2021, novas manifestações protestaram contra o desmonte do Ministério da Cultura e a inclusão do Capanema na lista de imóveis que seriam leiloados pelo governo de Jair Bolsonaro. Com a repercussão negativa da venda, o governo federal retirou o Palácio do feirão de imóveis.

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